sábado, 11 de janeiro de 2014

O HERBANÁRIO SAGRADO


MAMONA E O USO NO CANCOMBLÉ




 Mimono – Mamona
baiki -mamona roxa

Temos três tipos de mamona no Brasil :
1)mamona vermelha ricinus sanguneus
2)mamona roxa ricinus communis L.folhas verde com caule e talos arroxeado .
3)mamona branca ricinus communis tem folhas verdes e seu caule e esbranquiçado.

Mamona branca/elemento ar
O uso dessas folhas é muito comum dentro do candomblé a mamona branca folhas servem como recipiente para clocar as comidas das divindades e tambem para enfeitar os pratos com os makudia sendo essa folha usada para todos minkisi.

Mamona roxa /elemento terra
Seu uso e limitado dentro do culto por ser uma planta de Pambu njila .
E tambem em rituais fúnebres


Mamona vermelha/elemento fogo
Seu uso dentro do candomblé angola da se as divindades do fogo como nZaze e Matamba e Pambu njila tambem sendo usada para enfeitar os pratos dessas divindades essa planta tem sua cor muito viva encarnada e facilmente sendo confundida com a mamona roxa quando a planta ainda esta pequena .

Fonte :
Candomblé bantu angola

FOLHAS - IMPORTANCIA VITAL



As folhas são essenciais para o Candomblé.
 Todos do Axé sabem que Sem folhas não há Orixa " ko si ewe Ko si Orisá ".Logo uma atenção especial deve ser dado a este tópico. Consulte um Babalorixá ou Iyalorixá antes de fazer uso das folhas abaixo. Cada uma tem o seu segredo, use-a com sabedoria.

"Folhas sagradas, Ewé Orò ou Folhas de Orô é como são chamadas as folhas, plantas, raízes, sementes e favas utilizadas nos preceitos e cerimônias como água sagrada das Religiões Afro-brasileiras.

A folha tem uma importância vital para o povo do santo, sem ela é impossível realizar qualquer ritual, dai existe um termo curriqueiro do povo do santo que diz: ko si ewe, ko si Orixa ou seja, (sem folha não existe Orixá).

Todas as folhas possuem poder, mas algumas têm finalidades específicas e nem todas servem para o banho ritual, nem para os ritos. O seu uso deve ser estritamente recomendado pelo Babalorixá ou em comum acordo com o Babalosaim (sacerdote conhecedor da ação, reação e consequência do poder das folhas), pois só estes sabem a polaridade energética, "positiva ou negativa" de cada uma delas e a necessidade de cada indivíduo. Para sua utilização nos ritos, deve-se saber as Sasanha (cânticos específico para folha) e o Ofó (palavras sagradas) que despertam seu poder e força "axé". Ossaim é o grande Orixa das folhas, grande feiticeiro, que por meio das folhas pode realizar curas, pode trazer progresso e riqueza. É nas folhas que está à cura para varios tipos de doenças, para corpo e espírito. Portanto, precisamos lutar sempre por sua preservação, para que conseqüências desastrosas não atinjam os seres humanos.

Água sagrada, Agbo ou simplesmente água de Abô, são os nomes usados pelo povo do santo para denominar a mistura de folhas sagradas, usada na feitura de santo até a ultima obrigação chamada de axexe.

Sua utilização é larga e irrestrita, significando principalmente a ligação entre o Orum e Aiye (mundo dos Orixás e o dos Homens). Proporcionando o fortalecimento físico e espiritual, prevenindo e até mesmo curando certos tipos de doenças, segundo alguns estudos. (Barros 1993:81). Também usado na sacralização de objetos como fio de contas e espaços sagrados.
Sua preparação é complexa, com ritos que pode durar até sete dias. A presença de um Babalorixá e de um Babalosaim é indispensável para sua confecção, pois neste ato litúrgico são exaltados os cânticos de sasanha.

Além de respeitar horários para a colheita das 16 folhas sagradas, sendo oito tipos de folha chamada "fixas" (Ewe Oro) e 8 tipos de folhas "variáveis" (Ewe Orixás), de acordo com o Orixá que se esteja trabalhando, são utilizados, obi, orobo , azeites, mel e até mesmo (Ejé) sangue de animais sacrificados, entrarão nesta misteriosa mistura, tão importante para esta cultura também denominada como Jêje-Nagô.

Ewe oro e Ewe Orixás são folhas sagradas pertinentes a cada terreiro, podendo variar de acordo com sua regência, todavia são escolhidas ou herdadas de forma ordenada, geralmente seguindo um equilíbrio: folha gún (excitante “quente”) , seu significado em nagô é “chama transe”, associada com uma folha èrò (calma “fria”), que é catalisadora da propriedades de outras plantas, formando assim uma parceria perfeita, para uma sintonia harmônica .

As folhas gún ou èrò podem ser macho (agboro) ou fêmea (Yagbá).
Na realidade o que distingue sua associação são as formas, se pontiagudas são consideradas masculinos se arredondadas femininos, todas elas tem o domínio do Orixá Osanyin

fonte: Ile Axe Efon Ode Oju Okan

PIMENTA DA COSTA - ATARÈ


O Atarè também conhecido como Pimenta da Costa, Grãos do Paraíso e cujo nome científico é Aframomum melegueta roscoe K. Schum pertence à família Zingiberaceae a mesma do gengibre.  Encontrada na região costeira da África, é uma erva perene com porte de uma “mini- palmeira” podendo atingir cerca de 1,0 a 1,5m de altura, seus frutos quando secos apresentam uma casca de coloração marrom, as sementinhas de atarè são encontradas dentro do fruto envolvidas por uma película bem fina.
 O seu cultivo é essencialmente pela sua valiosa semente, que possui uma picância não muito acentuada, que lhe valeu o nome de "grão do paraíso", indicando seu alto valor como especiaria e na medicina.
 A semente é usada extensivamente em etno-medicina para uma variedade de doenças, possuem ativos para diversas atividades biológicas, especialmente contra inflamações e doenças infecciosas.
  Além de propriedades medicinais o Ataré é utilizado em rituais de Candomblé, seu uso acontece em cerimonias que fazem alusão ao Orixá Exú. Este é utilizado com o significado de limpar o hálito e retirar todas as más intenções que as palavras podem conter. Outra cultura que utiliza o Atarè é a Cultura Ioruba que o usa como forma de dote, onde o noivo oferta atarè à família da noiva e este significa fecundidade.

   Os Grãos do Paraíso ou atarè tem sido a planta nativa favorita para curandeiros africanos, que usam suas sementes para tratar doenças de tosse, dor de dente e para sarampo .
 Suas sementes são utilizadas na África Ocidental como um remédio para uma variedade de doenças como dor de estômago, diarreia e até mesmo picada de cobra. As sementes do atarè contêm gingeróis e compostos relacionados que podem ser úteis contra as doenças cardiovasculares, diabetes, e inflamações .

A pimenta da costa ou pimenta da Guiné, é originária de Kimba-Kumba, cujas sementes tem ardor de pimenta. Foi introduzida pelos indígenas, conquistou o paladar africano, pelo gosto picante e apimentado.

Esta pimenta, substituiu a pimenta malagueta que não tinha na África, e sim na Europa, que era considerada moeda de troca.

Os grãos da pimenta da costa são a semente de uma  planta alta, quase  2 metros de altura, que dão um fruto, e da polpa amarga do fruto seco, nasce a pimenta da guiné, ou da costa.

Eram consideradas grãos do paraíso, levadas para a Europa, seus primeiros exportadores foram os Árabes, depois os mercadores portugueses. Hoje são pouco usadas na Europa,

na África ainda é usada, não só na culinária mas na medicina veterinária. No Brasil, veio junto com os portugueses, e é usada até hoje.

A pimenta também é usada aqui, por ser quente, picante e dizem ser afrodisíaca, capaz de interferir no temperamento humano.

fonte: internet